Lolita(1997)- Crítica

Lolita(1997)- Crítica

Meu texto/crítica sobre o filme Lolita(1997), vulgo um dos filmes mais frustrantes e terríveis que já vi na vida.
Antes de começar essa minha crítica, saibam que sim, eu sei que a intenção desse filme é mostrar o ponto de vista deturpado na mente de um pedófilo(sim, se você ainda não entendeu o filme, o personagem do Jeremy é sim pedófilo). E todo o senso de fábula criado a partir do ponto de vista dele ser romantizado e blablablá; meu problema com esse filme não é ele ser considerado controverso e ''ousado'', e sim por ter sido muito, mas muito mal executado. De uma maneira porca eu diria. Já que temos muitos exemplos de filmes provocativos, controversos e ainda serem bons, como O Porteiro da Noite, por exemplo. Mas vamos ao que interessa.
O filme se inicia logo no meio de uma situação que sabemos que será futura no enrendo(um flashfoward), também utilizado na primeira versão do longa, de 1962. Nesse é diferente pois temos a inserção de uma subtrama do passado de nosso protagonista totalmente desnecessária, boba e, novamente, desnecessariamente expositiva em sua montagem e narração em off. Uma narração em off porca, que só subestima a inteligência do público, que por algum motivo imbecil da cabeça do roteirista e diretor, ninguém deduziria que esse trauma passado pelo protagonista na infância não iria se refletir no comportamento que veríamos a seguir na trama. Mas ok, vamos em frente.
O primeiro plano em que nos apresenta nossa co-protagonista é totalmente exacerbada e sexualizante ao extremo em relação a primeira versão de 62. A interação dos personagens não é nada fluída e ''comprável''. O senso de fábula e romantismo que o diretor implica a partir daí é muito plástico e artificial. Os diálogos são terríveis, e a fotografia, que consiste em se manter num senso de fábula e romantismo até o fim, só nos brinda com sequências horrendas e risíveis, em ideias e tom narrativos. Tudo parece ser parte de uma comédia que não aceita seu absurdismo. Esse filme seria ao menos mediano se eu conseguisse o enxergar como um filme de humor negro. Mas é impossível.
Mas depois da despedida de Dolores, a frustração do protagonista, o reencontro de ambos temos o seguimento do segundo ato, onde nosso protagonista esconde o fato da morte da mãe de Dolores(mas esse segredo que ele esconde de forma nenhuma tem peso na narrativa, é um fato que deveria ter tamanha importância e crescimento quando viesse á tona, e não acontece em momento algum, diferente de como foi implantado na versão de 62); depois de tudo isso temos uma cena que quero destacar aqui que é uma das piores que eu já vi em minha vida. Tanto na quebra de ritmo que ela tenta fazer(que é falha), quanto na forma em como foi feita. Nos é apresentado de forma nebulosa um personagem, o que nos mostraria ser 'rival' do personagem de Jeremy, o qual Dolores aparentemente se apaixona(?).
E o diálogo que o protagonista trava com ele ao conhecê-lo, é realmente uma das piores coisas que já vi num filme. Os planos e a cena tenta criar um aspecto Noir misturado com horror(?), com seguimentos como uma mariposa morrendo eletrocutada e um trovão estrondante a cima do hotel, mas que é bizarramente horrível. A cena é idiota e não funciona de jeito algum.
Como se já não fosse coisas pra me deixar ''emputecido'' com esse filme, a construção contínua da relação do protagonista com Dolores melhora e parece mais fluída em seu texto nesse segundo ato, mas mata a boa moral de quem assiste(e tenha assistido o filme de 62) quando nos apresenta uma cena de sexo oral da menina com o senhor....
Logo após vemos as tentativas do protagonista de esconder a morte da mãe de Dolores se tornando falhas, fazendo o mesmo confessar o fato para ela. A cena toda dessa descoberta é muito bem executada aqui, com trackings shots lentos dos personagens tendo sentimentos minimalistas. Mas, como não era de se esperar, o filme estraga toda esperança de que aquele filme poderia melhorar(mesmo estando na metade já). Temos um súbito corte para uma cena onde ambos estão bem, alegres e brincalhões numa outra viagem de carro. Uma ruptura dramática terrível e nenhum pouco coesa, narrativamente falando.
As cenas de dramatização do segundo pro terceiro ato(todas) são risíveis e toscas, se tornando um pornochanchada horrendo. Até os atores parecem ter entrado num piloto automático que nos dá até dó, uma dó dolorosa pra caralho. E a dramatização exagerada e sem coerência só aumenta. Detalhes da nova 'fuga' de Dolores, e o como isso está abalando nosso protagonista é horrenda e mal-feita. É realmente muito pornochanchada o final do segundo e o terceiro ato. E o final, que não vou dar spoiler, tenta se manter na essência de clímax e texto, em relação ao filme anterior(coisa que funcionava). Aqui, nem um desfecho bom temos.
No fim, temos a pior comédia num filme que nem se aceita como comédia, revestido de pornochanchada, com atuações medianíssimas, um roteiro chulo, e uma direção preguiçosa.
nota: 1 /10

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